sábado, 9 de março de 2013

Remédios para emagrecer: saiba mais e proteja-se

Por Rita Trevisan e Caroline Bastos

Os medicamentos atuam de formas diversas no organismo, mas o fato é que aceleram mesmo a perda de peso. Por outro lado, o uso inadequado pode conduzir à dependência e a outros efeitos colaterais importantes. Saiba mais e proteja-se!

A proibição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que atingiu os medicamentos derivados anfetamínicos, para usar o termo mais correto, baseou-se no fato de que essas drogas poderiam provocar dependência. A medida, no entanto, é bastante controversa. “É claro que o uso desses medicamentos visando o aspecto meramente estético é absolutamente contraindicado,  uma vez que, como todas as drogas que atuam no sistema nervoso central, estas também podem causar dependência psicológica, como os sedativos usados para acalmar ou dormir”, afirma o endocrinologista Alberto Serfaty (RJ).
Grau de obesidade: ainda segundo o especialista, os anorexígenos retirados do mercado há pouco tempo, como o femproporex, a dietilpropiona e o mazindol, têm indicações indiscutíveis em pacientes com elevado grau de obesidade (IMC acima de 30), refratários a mudanças de hábitos de vida como dieta,  exercícios e terapia cognitiva. Em pacientes que tenham duas doenças, como diabetes tipo 2,  hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardíacas, entre outras, os remédios também estariam bem indicados.
Lucro final: “Nos casos citados acima, os benefícios da droga compensam os possíveis riscos.  Sabemos que todo medicamento é passível de acarretar efeitos colaterais, mas a medicina é um balanço entre custo e benefício. Se o custo for 1 e o benefício for 10 , o indivíduo lucra 9 , vale a pena. Porém, se for ao contrário, se o lucro for 1 e o benefício for zero, aí já custa caro e a medida não é vantajosa para o paciente. É preciso analisar caso a caso”, defende Serfaty.

Como essas drogas não foram analisadas por um órgão regulador para esse fim, não é possível dar nenhuma garantia quando à eficácia delas ou mesmo à possibilidade de provocarem os mais variados efeitos colaterais. Assim, quem usa, corre o risco de jogar dinheiro fora, ou pior, de passar a sofrer de outras complicações, pelo uso inadequado de uma substância que, como todas as que estão no mercado, pode provocar efeitos benéficos ou maléficos.
Uso supervisionado: “Todo remédio precisa de supervisão e acompanhamento para o uso. Com os remédios que auxiliam no emagrecimento não é diferente”, reforça a endocrinologista Claudia Cozer, coordenadora do Núcleo da Obesidade e Transtorno Alimentar do Hospital Sírio Libanês e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

A questão da dependência existe, mas ainda não é consenso na classe médica. “A dependência que esses remédios causam é mais psicológica do que física”, defende Serfaty
“Não é a dependência, mas os bons resultados do tratamento que levam à manutenção dele. Esses remédios realmente promovem o emagrecimento e a tendência é o ganho de peso com a suspensão”, argumenta o endocrinologista Marcio Mancini, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Mudanças de humor: controvérsias à parte, outros sintomas colaterais são comuns no uso desses medicamentos. “Os mais encontrados são insônia, palpitação e irritação”,  afirma Claudia.

Depende do tipo de medicamento. A sibutramina, por exemplo, tem duplo efeito. “Ela é derivada dos anfetamínicos e atua no sistema nervoso central, estimulando  um neurotransmissor chamado dopamina, cuja baixa, além de fome, causa cansaço e depressão. Além disso, trata-se de uma droga que ajuda a controlar a saciedade, já que estimula outro neurotransmissor, a serotonina, cuja baixa dá compulsão, aumenta a vontade de comer doces,piora os sintomas da TPM e da depressão”, explica Serfaty.
Etapa de testes: já o orlistat diminui a absorção de gordura no intestino. “E ainda estão em fase de testes alguns medicamentos que aumentam a queima de gordura”, completa Mancini.

Quem conta com um medicamento recebe um estímulo extra. Ainda assim, precisará reeducar seus hábitos alimentares para alcançar um resultado efetivo.
Emoções sob controle: enquanto se está sob o efeito da droga, é comum sentir um pouco menos de fome, ansiedade ou tristeza, que são grandes motivações que temos para comer além da conta. Em outras palavras, os remédios mais usados para emagrecer atuam tanto na fome física quanto na fome dita “emocional”.

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